quinta-feira, 23 de maio de 2013

As relações poliamorosas podem prosperar?

A psicoterapeuta alemã Heike Melzer considera o poliamor como "um jogo de equilíbrio que custa muita energia e que implica muito valor

Amar apenas uma pessoa: o poliamor não acredita nesse conceito. A filosofia do poliamor parte do suposto de que cada ser humano pode amar e desejar mais de uma pessoa. Aqui não se trata de acumular a maior quantidade possível de experiências eróticas, senão de viver autênticas relações de amor. Isso pode funcionar? Os casais poliamorosos são capazes de superar seus ciúmes?

A psicoterapeuta alemã Heike Melzer considera o poliamor como um "jogo de equilíbrio que custa muita energia e que implica muito valor". E o poliamoroso entra em um terreno novo, inseguro, muito longe do modelo de relação romântica monogâmico.

Christopher Gottwald, da Associação Rede de Poliamorosos, tem 42 anos e desde mais de 12 anos mantêm uma relação poliamorosa com Heike. Eles vivem juntos há nove anos e têm três filhos. Os dois tem mais parceiros. Claro que às vezes sentem ciúmes, mas não querem impor restrições a seu par, assegura Christopher.

Gabriele Aigner, terapeuta sexual e para casais, sempre escuta apenas histórias de pessoas poliamorosas cujas relações não funcionam bem. Aigner vê com ceticismo o poliamor. "Sempre haverá pessoas que querem experimentá-lo, mas a única coisa importante é que as pessoas envolvidas se sintam bem".

No entanto, muitos acham difícil aceitar que estejam sozinhos em casa enquanto a parceira se encontra com outro homem ou outra mulher. "Não se pode evitar que alguém de imaginar o que a parceira está fazendo com a amante ou o amante", disse Aigner. A longo prazo, isso não pode funcionar bem, opina a terapeuta. Segundo ela, na maioria dos casos, tudo chega a uma fase em que os casais estão experimentando com várias relações, mas ao final a maioria volta à monogamia.

Silvio Wirth, de 42 anos, decidiu fazer uma nova tentativa monogâmica. Este psicólogo e administrador de uma página sobre poliamor vive com sua noiva há dez anos e faz quase dois que voltou à monogamia. "Simplesmente queríamos voltar a nos centrar na relação principal. Tínhamos muito pouco tempo um ao outro". Quando Silvio tinha 23 anos, ele se apaixonou por duas mulheres e buscou uma solução para resolver a situação. O poliamor lhe pareceu uma possibilidade adequada. "É uma vida amorosa muito rica e multifacetada", disse. No entanto, ele considera que os casais devem formular regras para que possa funcionar.

A principal máxima consiste em começar unicamente uma relação com cada pessoa que pense exatamente da mesma forma. "Não se chega a nenhuma parte se apenas um crê na monogamia e em algum momento tenta afastar o amor de seu parceiro", argumenta Wirth.

O poliamor não é um conceito que implique em tirar proveito de uma pessoa, sublinha a psicoterapeuta Heike Melzer. O que os poliamorosos buscam, explica, não é apenas satisfazer seus impulsos sexuais, mas também lhes interessa muito o amor, o compromisso e a confiança. As mulheres, por exemplo, buscam homens que as vejam como pessoa e não apenas por seu corpo.

Mas como explicar um relacionamento com vários parceiros aos pais, amigos e colegas? "Se você encontrou algo que te preenche e te faz sentir feliz, deve aceitá-lo com satisfação", disse Heike Melzer.

As informações são do site Vanguardia.

Nenhum comentário: